Boletim Letras 360º #177

A partir de 2017, a obra de Hilda Hilst ganha reedição em nova editora. Mais detalhes sobre ao longo deste Boletim.


O Boletim Letras 360º é uma publicação semanal que reúne todas as notícias publicadas durante esse período em nossa página no Facebook e no Twitter. A primeira alcançou a margem de 37 mil amigos, o que novamente renova nossa compreensão sobre o valor de espaços como esses online para o cultivo de bom conteúdo e um pequeno adendo no projeto interminável de formação de leitores. Fica registrada nossa alegria e com ela os agradecimentos pelo reconhecimento construído com a chegada de cada um novo membro desse universo que é o Letras in.verso e re.verso.  

Segunda-feira, 25/07

>>> Brasil: Obra-prima da literatura distópica ganha nova tradução e chega às livrarias no segundo semestre de 2016

Se não fosse a publicação de Nós, do russo Ievguêni Zamiátin, possivelmente não teria existido ou não seria tal como é Admirável mundo novo, de Aldous Huxley, ou 1984, de George Orwell. Essa obra já foi uma vez traduzida no Brasil e publicada em 2004. Anunciada para sair ainda no primeiro semestre deste ano na extensa lista de publicações possíveis da Editora Aleph, o famoso romance de Zamiátin sairá no atual semestre. A tradução nova, também diretamente do russo, é da Gabriela Soares da Silva.

Terça-feira, 26/07

>>> Inglaterra: Reconstruída a prisão para onde foi levado Oscar Wilde em 1895

Reading abrirá suas portas ao público pela primeira na história no mês de setembro; Artangel, a organização britânica promotora da iniciativa é conhecida por suas mostras em lugares inesperados. “Artists and writers in Reading Prison”, organizada junto com a Universidade de Reading, terá a participação de 30 artistas internacionais que renderão homenagens ao escritor irlandês; através da escrita e da leitura tentarão responder a obra de Wilde, abordarão temas como a dor e a separação imposta pelo Estado, a redenção, o amor. Entre as apresentações o visitante poderá estar na C3-3, local para o qual Wilde foi enviado e onde escreveu De profundis, uma carta que nunca chegou às mãos de seu destinatário, o amante Lord Alfred Douglas, causa de sua prisão. A cada domingo, até o fim da exposição, no fim de outubro, convidados como Patti Smith lerão essa obra que ganhará uma versão resumida na tarde de 11 de setembro pela cadeia de rádio da BBC. Criada pelos arquitetos britânicos William Bonython Moffatt e George Gilbert Scott, a prisão de Reading buscava isolar presos e privá-los do contato humano. A estadia de Wilde também está refletida em Balada do cárcere de Reading. A estrutura cruciforme que abarca o espaço, agora expositivo, abriu em julho de 1844 e fechou em 4 de setembro de 2013, a data que marca o início da exposição.

>>> Brasil: Livro da jornalista Regina Zappa sobre Chico Buarque ganha reedição

Pela Relume Dumará. Publicado em 1996, o título Chico Buarque para todos há muito que estava fora de circulação. A obra é produto de vários encontros desenvolvidos durante seis meses entre o artista e a jornalista. O convívio com as memórias, o dia-a-dia e vários arquivos de Chico deu-lhe o enredo que transita entre a infância e a juventude contadas pela mãe Maria Amélia e pelas irmãs Miúcha e Piii, além das visões de amigos como Maria Bethânia e Edu Lobo, da companheira Marieta Severo com quem esteve casado durante trinta anos e as filhas. O resultado é exposição plurifacetada de um Chico artista, ativista e homem público.

Quarta-feira, 27/07

>>> Inglaterra: Saiu a primeira lista de finalistas do Man Booker Prize; há dois conhecidos dos leitores brasileiros

Um é o sul-africano J. M. Coetzee que tem a chance de repetir outro feito inédito: foi o primeiro ao longo da história do Booker a vencer duas vezes e pode se tornar também o primeiro a terceira vez. E a escritora Elizabeth Strout, cujo livro Meu nome é Lucy Barton, acaba de ser publicado por aqui pela Companhia das Letras. Os demais autores são todos estreantes no prêmio que esnoba alguns notáveis que eram esperados como Julian Barnes, Don DeLillo e Ian McEwan - todos com obras no páreo. Em setembro sai a segunda lista com seis e em outubro o nome do vencedor. A lista pode ser vista, na íntegra aqui.

>>> Brasil: Um terceiro título do escritor estadunidense John Williams

Para os padrões do mercado editorial brasileiro pode-se dizer que a publicação pela então estreante Rádio Londres de Stoner foi um sucesso e o motivo para que depois viesse ser publicado Butcher's crossing. O embalo ainda garante forças para traduzir um terceiro título de Williams; ainda sem previsão de quando chegará às livrarias, mas já com os direitos adquiridos, a mesma casa ampliará a presença da obra do estadunidense no Brasil com Augustus. Publicado em 1972, este foi o seu último livro, descrito como uma narrativa histórica e epistolar que explora a vida do fundador do Império Romano.

Quinta-feira, 28/07

>> Brasil: País não se esquiva das celebrações pelos 100 anos de Roald Dahl

O autor de clássicos como Matilda e A fantástica fábrica de chocolate tem no país pelo menos três obras sendo publicadas. A Martins prepara, para a Bienal de São Paulo, Por dentro da fantástica fábrica de chocolate, livro ilustrado de Lucy Mangan que explora a influência que a história de Charlie Bucket e Willy Wonka exerceu em filmes, peças, musicais e outros produtos nos últimos 50 anos. E a Editora 34, que tem melhor editado o escritor no Brasil lança uma edição especial de O bom gigante amigo, obra de 1982 que está prestes a chegar aos cinemas pelas mãos de Steven Spielberg. E também o último livro do autor, O vigário de Mastigassílabas (1991). É a história de um padre que, ao ficar nervoso, troca as letras de lugar.

>>> Brasil: Ifigênia, romance de Teresa de La Parra, sai pela Editora Carambaia

Em Ifigênia, a escritora venezuelana Teresa de La Parra conta a história de María Eugenia Alonso, jovem que volta para Caracas após doze anos morando na Europa, e sente o impacto cultural e emocional dessa mudança. Ela se vê sem herança, tendo de morar com a avó e com a incumbência de se casar. La Parra questiona, neste livro, a falta de liberdade das mulheres do final do século XIX e início do XX de expressar as próprias ideias e tomar decisões sobre suas vidas. A tradução é de Tamara Sender.

Sexta-feira, 29/07

>>> Brasil: Toda obra de Hilda Hilst ganhará reedição

Em nova casa. Depois que a José Olympio perdeu o domínio da obra de Ferreira Gullar para a Companhia das Letras, chega a vez da Globo Livros perder, para a mesma casa, o domínio sobre a obra de Hilda Hilst. A reedição da obra da escritora pela nova casa começa em 2017. Primeiro sairá um volume com a poesia completa de Hilda seguido de títulos para a coleção criada este ano Poesia de Bolso. Em 2018, sairá a prosa: a editora deve publicar três antologias nos moldes de Pornô Chic, da Globo Livros.

>>> Brasil: As relações de Marcel Proust com a literatura

Sobre a leitura foi primeiro um prefácio para a tradução de Sésame et les Lys realizada pelo escritor francês em 1905. No Brasil, a edição do ensaio saiu traduzida por Carlos Vogt. Há muito fora de catálogo, o texto recebeu nova tradução por Julia da Rosa Simões e nova edição pela L&PM Editores. No texto, a partir de recordações da infância Marcel Proust traz ao leitor uma série de reflexões sobre o ato de ler. Passando por nomes como Homero, Shakespeare e Racine, o autor explora as relações entre autor e leitor. A nova edição também copia um depoimento de Céleste Albaret a jornalista Sonia Nolasco-Ferreira. Céleste cuidou de Proust durante dez anos, até a morte do autor, em 1922, e, mais do que uma governanta, se tornou sua amiga e confidente.

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