Machado de Assis on line



Semana passada falei aqui sobre a disponibilização eletrônica por parte da Biblioteca Nacional da 1ª edição de Dom Casmurro, de Machado de Assis. As 404 páginas então editadas pelo livreiro Garnier é um achado eletrônico. Sim, mas um projeto que disponibilize toda a obra do autor em edição eletrônica é também outro achado. 

É verdade que Machado de Assis deve ser o escritor brasileiro que, apesar de não ter vivido e nem pensado nessa viagem literária por um suporte eletrônico, mais tem arquivos espalhados pela web. E mesmo desde o ano 2000 que suas obras já haviam sido colocadas por esse terreno sem quaisquer ônus, à disposição de qualquer leitor ao redor do mundo. Mas, convenhamos, vários trabalhos, por mais que represente um esforço hérculeo por parte de quem os empreendeu, tem suas lacunas. Além do que, os arquivos estão como disse de início, espalhados pela web. Quer dizer, estavam. Porque, foi seguindo esse raciocínio lógico que uma equipe de professores, pesquisadores, alunos, bibliotecários, gestores da área de cultura e educação das instâncias do Núcleo de Pesquisa em Informática, Literatura e Linguística (NUPILL), da Universidade Federal de Santa Catarina, e o Ministério da Educação (MEC) firmaram uma parceria produtiva em 2007 para a criação de um espaço virtual que congregasse todo o conjunto da obra do autor de Memórias póstumas de Brás Cubas.

Os organizadores dessa empreitada tiveram como guias a edição da Obra Completa, uma coleção da Nova Aguilar especializada em edições finais de vários escritores. Também uma edição das obras de Machado de Assis lançada com 31 volumes em 1937 pela Editora W. M. Jackson e uma edição crítica preparada por comissão nomeada pelo MEC que fez uma triagem desde 1958 das obras machadianas e publicou-as em 1970. De modo que, os únicos escritos que ficaram de fora, embora a equipe reconheça seu valor literário, foram as cartas. A intenção dos organizadores era disponibilizar somente aquilo que foi publicado ou que o escritor produziu com esse intuito.

O leitor poderá fazer buscas no site por gênero, ano de publicação e ordem alfabética. E, além do conteúdo literário é possível ter acesso também a uma biografia e um conjunto de imagens de Machado de Assis, seus escritos e do Rio de Janeiro do tempo do autor.

Outro projeto eletrônico na internet é o conduzido pela Fundação Casa de Rui Barbosa que pretende transformar várias obras de Machado de Assis em hipertexto. A intenção tem seu didatismo e coloca o leitor à par das inúmeras referências que nos leva a um labirinto sem volta no texto escrito.

Vale ainda o leitor visitar um outro grande site conduzido por Cláudio Weber Abramo que consiste na digitalização de produção contística de Machado de Assis e do qual o projeto de Santa Catarina foi buscar matéria para a compilação do gênero.

Outro lugar para buscas e onde está a obra integral do Machado é um lugar on-line aberto por ocasião do seu centenário, AQUI.

Ligações a este post
No ano em que se comemorou o centenário do escritor, digitalizei para esse blog um texto importante de Carlos Faraco, dividido em 5 partes (Aqui, parte 1; Aqui parte 2; Aqui, parte 3; Aqui, 4; e, aqui, 5).  Na verdade, o texto foi postado em 6 edições, mas a terceira edição por algum motivo foi removida; talvez no extenso processo de adequações porque passou este espaço.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Boletim Letras 360º #579

Boletim Letras 360º #573

A bíblia, Péter Nádas

Boletim Letras 360º #574

Confissões de uma máscara, de Yukio Mishima

Palmeiras selvagens, de William Faulkner