Boletim Letras 360º #606

Beatriz Bracher. Foto: Piudip.


LANÇAMENTOS
 
O primeiro livro de uma trilogia que se passa durante a Guerra do Paraguai (1864-1870) marca o regresso de Beatriz Bracher ao romance.
 
Acompanhamos em Guerra – I o avanço do exército de Solano López sobre fortes e vilas em Mato Grosso e no Rio Grande do Sul, provocando a reação de Brasil, Argentina e Uruguai, unidos na Tríplice Aliança. Tudo é narrado pela voz de combatentes que deixaram seu testemunho em documentos, cartas, relatórios, memórias, diários ― selecionados e rearranjados pela autora. Neste romance, o leitor poderá ver a guerra de dentro, tanto por notáveis como o general Osório, o almirante Tamandaré, o engenheiro militar André Rebouças e o segundo-tenente Alfredo Taunay, quanto por desconhecidos da maior parte de nós, como o cirurgião-mor Xavier Azevedo, o tenente-coronel Albuquerque Bello, o cadete Dionísio Cerqueira e o voluntário da pátria Jakob Dick. O calor, as noites gélidas, as moscas, o charco, a ventania, a fome, a coragem, o humor, os cavalos, a amizade, o horror e a morte são o assunto do livro. De longas marchas em cidades brasileiras, argentinas e uruguaias (o avanço sobre o Paraguai será descrito nos volumes seguintes) à fragilidade humana em um tempo sem antibióticos ou anestésicos. Das mulheres que acompanham seus maridos ao vagido de recém-nascidos na madrugada dos imensos acampamentos de tendas brancas esparramadas em planícies estrangeiras. A guerra nas palavras e na gramática de quem a lutou, em nosso idioma, é o nosso rio: um romance brasileiro, escrito com fragmentos de combatentes brasileiros, onde, por não haver outros pontos de vista, vivemos o detalhe, o que está perto, o desconhecimento do todo ― Guerra não explica a guerra, ele é a guerra em primeira pessoa. A trilogia é composta pelos romances Ofensiva paraguaia e reação aliada ― novembro de 1864 a março de 1866; Ofensiva aliada ― abril de 1866 a dezembro de 1868 e Campanha da Cordilheira ― janeiro de 1869 a março de 1870. Publicação da Editora 34. Você pode comprar o livro aqui.
 
Um novo título de Rosa Montero entre os leitores brasileiros.
 
Uma meditação arrebatadora — repleta de humor e empatia — sobre a fantasia e os sonhos, sobre a loucura e a paixão, sobre os medos e as dúvidas dos escritores, mas também de todos nós, leitores. Livro consagrado universalmente e merecedor de diversos prêmios, A louca da casa é, acima de tudo, a ardente história de amor e salvação entre Rosa Montero e sua própria (e fervilhante) imaginação. Com tradução de Paloma Vidal; publicação da editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
 
A poesia de Giovanni Raboni em trânsito pela cidade.
 
É hábito entre nós — com toda razão, aliás — definir Milão a São Paulo italiana. No entanto, neste mosaico de vinte poemas escritos e, às vezes, reescritos ao longo de quase quarenta anos, a metrópole captada por Giovanni Raboni nunca é “desvairada”. É, sobretudo, um lugar mental, mais lido intensamente do que fotografado de forma impressionista, que concentra história, memória, restos e futuro numa comunhão visceral; lugar no qual o peso das ruínas, de um passado que benjaminianamente não quer silenciar sua voz, evita qualquer fuga complacente rumo à modernidade. Os poemas de Raboni compõem uma escala cromática da cidade feita de contrastes íntimos que, como dito, vão de uma observação para uma participação e um viver nunca passivos e contemplativos. Contudo, a responsabilidade de compartilhar de um destino ou bem coletivo não quer abrir mão totalmente da posição privilegiada de um olhar de fora, que saiba percorrer as dobras do tempo e do espaço. Uma cidade como esta é publicado no Brasil pelas Edições Jabuticaba; a tradução do livro é de Agnes Ghisi e Elena Santi e a edição conta ainda com posfácio de Andrea Santurbano. Você pode comprar o livro aqui.

A Moinhos publica um novo livro da autora vencedora do Man Booker International Prize, Jokha Alharthi.
 
 Narinja é uma exploração profunda do status social, da riqueza, do desejo e da ação feminina. Apresenta um retrato em mosaico da tentativa de uma jovem de compreender as raízes a partir das quais cresceu e de imaginar uma vida adulta em que o seu próprio poder e felicidade possam encontrar a liberdade necessária para dar frutos e florescer. Zuhour, uma estudante omanense de uma universidade britânica, está presa entre o passado e o presente. Enquanto ela tenta fazer amizades e se assimilar na Grã-Bretanha, ela não consegue deixar de refletir sobre os relacionamentos que foram fundamentais para sua vida. O mais proeminente é o seu forte vínculo emocional com Bint Amir, uma mulher que ela sempre considerou sua avó, que faleceu logo após Zuhour deixar a Península Arábica. À medida que a narrativa histórica das circunstâncias desafiantes de Bint Amir se desenrola em fragmentos cativantes, o mesmo acontece com o presente isolado e insatisfeito de Zuhour, uma narrativa seguindo-se a outra à medida que o tempo passa e os sonhos se misturam com as memórias. Com tradução de Jemima Alves, o livro sai pela Moinhos. Você pode comprar o livro aqui.
 
Uma história de amor luminosa sobre maternidade, inclusão e o sopro de vida que pode nascer mesmo da mais intensa dor.
 
Nesta narrativa a um só tempo sensível e dilacerante, Ada d’Adamo narra sua experiência como mãe de uma menina que nasceu com uma grave doença neurológica. Misturando memória e manifesto, Leve como ar tem tradução de Francesca Cricelli e sai pela editora Todavia. Você pode comprar o livro aqui.
 
Uma antologia abre as janelas para a obra de Egana Djabbarova no Brasil.
 
“Rus bala” significa, em azerbaijano, “criança russa”. É esse o título da primeira antologia poética de Egana Djabbarova lançada no Brasil, com uma tradução realizada a quatro mãos por Maria Vragova e Prisca Agustoni. Em quatro capítulos, a poeta percorre temas delicados à sociedade russa: o papel da mulher, o feminismo, a homofobia, a imigração, fronteiras visíveis e invisíveis, e a decolonialidade. Nascida em Ecaterimburgo, filha dos pais azerbaijanos, Egana Djabbarova tem traços tipicamente caucasianos, nunca sendo vista de fato como russa. Em sua poesia, entrelaçando-se à memória, se destacam a identidade e a alteridade. Egana Djabbarova se torna a poeta do não-lugar, o eu lírico se torna o Outro, a professora de russo que não é considerada russa, que não tem a pele branca como as pessoas ao seu redor, que sofre de uma doença crônica, uma mulher que não ama os homens. Rus bala chega ao público brasileiro em uma edição bilíngue, em russo e português, com posfácio da tradutora Maria Vragova, que destaca a trajetória singular da autora, marcada por sofrimentos que transparecem em sua poesia com cunho fortemente autobiográfico, evidenciando questões contemporâneas urgentes: a xenofobia e o racismo, a misoginia e a homofobia, a figura do outro e a reflexão sobre alteridade. Publicação da Ars et Vita. Você pode comprar o livro aqui.
 
Entre os discursos de Luciano de Samósata (século II d.C.), Das narrativas verdadeiras sobressai quer na invenção de múltiplos monstros, quer na proliferação de admiráveis cenários.
 
Narrador-navegador, Luciano conta nos dois livros de prosa de Narrativas os périplos a bordo do seu veleiro não só pelos confins da Terra, como também pelo que a excede, notabilizadas pelas expedições que ora sobem ao domínio dos céus (Lua, Cidade-lamparina), ora descem ao reino dos mortos (Ilha dos Bem-aventurados, Ilha dos Ímpios).  O propósito do discurso revela-se no proêmio: uma narração que lida com o que “de nenhum modo é e, por princípio, nem mesmo pode vir a ser” (I, 4). Instala-se, com ela, um dos paradoxos que permeia todo o texto: apesar de abolir de antemão o ser, os episódios se sucedem uns aos outros, forjando seres e devires. É a instância instável do falso que ganha corpo, animando prodigiosamente as cenas. Esvaziadas do pesadume do ser, as palavras nem recebem demarcações nítidas, nem buscam refúgio em algum porto seguro, pelo que, errantes ao modo da tripulação do protagonista, elas avançam à margem das coisas conhecidas no rastro do sem-fim dos assombros encenados. Tanto é assim, que, na figuração, as ilhas podem se apresentar sob qualquer matéria: ilha de cortiça e ilha de queijo, uma avistada e outra visitada pelos nautas. O mesmo vale para os animais, abertos a toda sorte de amplificações e combinações, que arrasam a régua rígida das espécies do naturalista. Não menos extraordinárias se mostram as peripécias no rio de vinho, no mar de leite, ou ainda nas lutas lúdicas lançadas contra armadas bestiais. Cruzando comédia com paradoxos, homens com bichos e plantas, o Das narrativas verdadeiras opera parodicamente, valendo-se dos livros de viagens modelares do gênero, incontornáveis desde a Odisseia de Homero. Traz o livro as marcas de mais referências letradas, pois o heteróclito relato luciânico vira do avesso a paideia grega há muito sedimentada pela obra de poetas, historiadores, filósofos, oradores, como indicam os ensaios que complementam a presente edição bilíngue. A intensidade desta narração fantástica, que ora se vai ler, mede-se também pela fortuna crítica. De Rabelais (Pantagruel e Gargântua) a Raspe (As aventuras do Barão de Münchausen), de More (Utopia) a Montesquieu (História verdadeira), passando-se por Campanella (A cidade do sol), Cyrano de Bergerac (A história cômica dos Estados e Impérios da Lua e do Sol), Swift (As viagens de Gulliver), Voltaire (Micrômegas) e muitos outros, não foram, pois, poucos os autores que desdobraram as errâncias irônicas de Luciano. Tradução de Denis Bruza Molino; publicação da editora Iluminuras. Você pode comprar o livro aqui.
 
Nietzsche e os filólogos.

A presente tradução das notas que Nietzsche elabora por volta de 1875 para compor aquela que seria a quarta de suas “Considerações intempestivas”, intitulada Nós, filólogos, é feita diretamente do alemão para o português. Almeja-se uma relativa constância nas opções lexicais adotadas para a tradução de termos-chave e redes conceituais do pensamento nietzschiano. A edição crítica em que a tradução se baseia é a dos Nachgelassene Fragmente [fragmentos póstumos], relativa a alguns dos cadernos de Nietzsche de 1875, na versão disponibilizada gratuitamente — como Digitale Kritische Gesamtausgabe – Werke und Briefe [Edição crítica digital de todas as obras e cartas] — pelo site Nietzsche Source, a partir da edição organizada originalmente por Giorgio Colli e Mazzino Montinari. Os cadernos que mencionam de forma explícita temas possíveis do texto Nós, filólogos são integralmente traduzidos, evitando-se supressões e remanejamentos em vista do que podem ter sido as intenções originais de Nietzsche. Como sugere o estudo de Cancik & Cancik-Lindemaier (2014: 263–266), estabelecer a ordem e a divisão dos conteúdos abordados por Nietzsche em seus cadernos é uma questão complexa e pode levar a um grau considerável de arbitrariedade por parte dos responsáveis pela organização e tradução desse material. Aqui, mantêm-se a ordenação e a numeração adotadas por Colli e Montinari. O livro é publicado pela editora Mnēma; com introdução, tradução e notas de Rafael G. T. da Silva. Você pode comprar o livro aqui.
 
REEDIÇÕES
 
A editora 34 reedita livro de contos de Tatiana Tolstáia.
 
Publicado originalmente em 1987, No degrau de ouro é uma das grandes estreias literárias do século soviético. Conta-se que sua primeira edição se esgotou em pouco mais de quatro horas. Na época, Joseph Brodsky aclamou sua autora como “a voz mais original, tangível e luminosa da prosa russa atual”, e ainda hoje, muitas décadas depois, Tatiana Tolstáia é considerada uma das maiores contistas contemporâneas devido à força desta obra. Aqui Tolstáia nos apresenta uma galeria de pessoas comuns, invariavelmente insatisfeitas com a vida — pois, segundo a autora, “a condição humana é essencialmente infeliz” —, em cujo cotidiano monótono abrem-se janelas para vívidas recordações e devaneios, criando uma atmosfera de conto de fadas em meio à dura realidade da União Soviética. Neste volume, ao longo de seus treze contos, a sofisticada e exuberante prosa de Tolstáia — de múltiplos registros, e que combina enredos aparentemente simples com uma força imagética que pende para o fantástico — é capturada magistralmente por Tatiana Belinky, ela própria uma grande personalidade de nosso meio literário, nesta que é uma de suas mais belas traduções. Publicação da editora 34. Você pode comprar o livro aqui.
 
Nova edição de Quarenta dias, um marco na literatura nacional que revela de forma singular como grupos minoritários são colocados à margem da sociedade.
 
Alice é uma professora aposentada que vive uma vida tranquila em João Pessoa, até ser obrigada pela filha, Norinha, a se mudar para Porto Alegre. A relação entre as duas fica cada vez mais difícil, e, quando Alice recebe uma ligação sobre o desaparecimento de Cícero Araújo, filho de uma conterrânea que migrou para o Sul em busca de trabalho, ela decide partir à procura do rapaz. A narradora então percorre a periferia de Porto Alegre e passa quarenta dias sem retornar ao apartamento alugado pela filha. Entregue à própria sorte numa cidade desconhecida, ganha as ruas da capital gaúcha agarrada somente às incertezas que o destino reserva e, nessa jornada, conhece uma série de personagens marcados pela invisibilidade social. A nova edição do romance de Maria Valéria Rezende é publicada pela Alfaguara Brasil. Você pode comprar o livro aqui.
 
RAPIDINHAS
 
Gabriela Cabezón Cámara 1. A Companhia das Letras aproveitou a visita da escritora argentina no Brasil para anunciar que publicará no segundo semestre de 2025 As meninas do laranjal.
 
Gabriela Cabezón Cámara 2. Sua obra foi revelada entre os leitores brasileiros graças à editora Moinhos que publicou os bem-recebidos China Iron e Nossa Senhora do Barraco. O novo romance lida com o tema da ganância colonial; a tradução é Silvia Massimini Felix.
 
OBITUÁRIO
 
Morreu o escritor Antonio Skármeta.
 
Destacou-se com O carteiro e o poeta, livro que alcançou enorme público depois da segunda versão cinematográfica dirigida por Michael Radford, protagonizada por Massimo Troisi e com cinco indicações ao Oscar. Antonio Skármeta nasceu em 7 de novembro de 1940, em Antofasta, no Chile. Estudou filosofia e literatura na Universidade do Chile, quando se torna um interessado no pensamento de José Ortega y Gasset, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre e Albert Camus. Até alcançar a publicação do seu principal romance, inicialmente escrito como roteiro para a rádio alemã, Skármeta publicou os contos de El entusiasmo (1967), Desnudo en el tejado (1969, Prêmio Casa das Américas) e os romances Não foi nada (1980) e Matchball (1989). Depois de O carteiro e o poeta, vieram ainda novos romances, ensaios, textos para o teatro e de literatura para crianças. Entre os romances, destacam-se também A boda do poeta (1999), A dança da vitória (2003, Prêmio Municipal de Literatura de Santiago) e O dia em que a poesia derrotou um ditador (2011); Neruda por Skármeta (2004) revisita a biografia e obra do poeta chileno; Dieciocho kilates (2010) foi bem recebido no Festival Internacional de Teatro de Nápoles, na Itália, país onde também recebeu o Prêmio Internacional de Literatura Boccaccio em 1996. Ainda no campo dos reconhecimentos, em 2003 recebeu o Prêmio Unesco de Literatura Infantil e Juvenil. A consagrada carreira terminou com sua morte neste 15 de outubro de 2024.
 
DICAS DE LEITURA
 
Na aquisição de qualquer um dos livros pelos links ofertados neste boletim, você tem desconto e ainda ajuda a manter o Letras.
 
1. Cabeça de galinha no chão de cimento, de Ricardo Domeneck (Editora 34, 128p.) O poeta de regresso ao passado revela por contraste suas memórias e o tempo vigente; um gesto de autoconhecimento e descoberta do mundo de todos. Você pode comprar o livro aqui
 
2. Pastichos e miscelânea, de Marcel Proust (Trad. Jorge Coli, Companhia das Letras, 258p.) O célebre autor francês emula e parodia outros importantes autores da sua formação, como Balzac e Flaubert; o fascínio de Proust pelo crítico e artista inglês John Ruskin; Proust antes de Proust. Você pode comprar o livro aqui
 
3. Golovin, de Jacob Wassermann (Trad. Adonias Filho, Sétimo Selo, 96p.) O enfrentamento entre a aristocrata Maria de Krüdener e o marinheiro revolucionário Golovin é parte essencial neste romance que nos coloca diante dos impasses e forças antagônicas da vida. Você pode comprar o livro aqui
 
VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
 
No dia 17 de outubro de 2024, celebramos o centenário do poeta António Ramos Rosa. Sua presença entre os leitores brasileiros ainda que escassa não o é para os leitores que acompanham as atividades do Letras (leia a seção posterior). Do nosso arquivo de vídeos na página do Facebook, recordamos este raro vídeo, realizado pela emissora portuguesa RTP ainda na juventude do poeta. No recorte, ele lê passagens do seu livro A nuvem sobre a página (1978). 
 
BAÚ DE LETRAS
 
Ainda Han Kang, Prêmio Nobel de Literatura 2024. A semana que agora encerra começou no Letras com este texto em jeito de perfil conduzido pelo nosso editor, Pedro Fernandes.

Beatriz Bracher, a autora que inicia a publicação da monumental Trilogia Guerra, cujo primeiro volume se destaca na edição deste Boletim, teve outro romance seu dos mais reconhecidos resenhado por aqui
 
O agora centenário poeta português António Ramos Rosa aparece no Letras em 2009, com este breve perfil. Na ocasião, publicáramos um breve material em PDF com amostra da sua poesia e outros materiais de arquivo; este e vários outros arquivos do tipo foram perdidos quando, displicentemente, nas infinitas reformas deste espaço, simplesmente deletamos nossa conta na plataforma ISSUU. 
 
Um alento. Por duas vezes, nosso colunista e também poeta Pedro Belo Clara publicou uma seleta de poemas de António Ramos Rosa na seção De versos: primeiro, foram poemas de Numa folha leve e livre; depois, de Delta.

Já na seção Letras e livros, o leitor pode encontrar a resenha de Maria Vaz para O aprendiz secreto e, também pela mão de Pedro Belo Clara, uma leitura do referido Numa folha leve e livre.
 
DUAS PALAVRINHAS
 
O poeta tem o dom de ultrapassar o nível da consciência reflexiva e de se instalar, por momentos, na consciência profunda ao nível da espontaneidade criadora, onde as energias naturais se desencadeiam na linguagem antes de qualquer conceptualização.
 
— António Ramos Rosa, em Poesia, liberdade livre.


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