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Mostrando postagens de outubro 17, 2008

Itinerários da poesia de Zila Mamede

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Pablo Picasso. Menino conduzindo um cavalo  (1905) O cavalo e menino a Pablo Picasso Era o cavalo em pêlo em pêlo era o menino, e os dois –   mais sua solidão, mais seu destino. Ninguém sabe se o cavalo angustiava a tarde, se do menino era a angústia que o cavalo tocava. Os dois passavam sempre abstraídos (na tarde que continham) da campina de cinzas que os cercava. Se de um, se de outro, súbito chegava o grave canto, já se sabia – era a tarde dos dois: que a do menino, contida numa estrela aparecia, e a do cavalo, sobre montões de feno se dobrava. (Zila Mamede,  Exercício da palavra ) Este é o quarto livro de Zila Mamede, onde toda sua poesia foi reunida, codificada, projeto que delimita fases, mas quer sobretudo, encontrar a linguagem despojada, assumindo um processo que alcança o grande valor de procurar/tentar novas soluções para o verso. [...] Um livro que pode ter uma virtude: não peca, pela unicidade, pela virtude bem comporta