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Mostrando postagens de outubro 27, 2016

A aura dos livros perdidos

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Por Andrea Aguilar Ernest Hemingway, o trauma da perda dos primeiros escritos foi impulsão para sua obra? Os manuscritos perdidos tornaram-se um tema literário (ou metaliterário) recorrente, uma estrutura narrativa com a qual se tem construído um bom número de obras, e que escondem um número variado de escritores, como Cervantes. Como se um intricado jogo de espelhos que borra as fronteiras entre realidade e ficção ou como simples isca para impulsionar a trama de uma história, o capital criativo e as possibilidades de fabulação que se chama por desaparição (algo romântico, intuito desesperado, fruto do acaso, fato irremediável) de uma obra estão mais que provadas. Num plano mais terreno, encontra-se a erudita paixão acadêmica por incunábulos perdidos e demais peças impossíveis do grande puzzle literário. Também a ágil recuperação de livros “perdidos” em caixões ou sótãos empreendida por agentes, editores e parentes de insignes escritores tem se demonstrado como um ex