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Mostrando postagens de setembro 24, 2010

Drummond, a tradição e o talento individual: propósitos para Considerações do poema

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Por Pedro Fernandes Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseja por dor-de-cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação. Estas foram as palavras de quem por longa data, a vida inteira, para ser mais preciso, dedicou-se ao fazer poético, atividade que certamente, e os livros e a crítica estão aí para provar isso, ultrapassou o sentido da outra função que veio a exercer a vida inteira também, a de funcionário público. Estas palavras foram as de Drummond, poeta de alma e ofício. O que pretendo com estas suas palavras é o entendimento, ainda que breve, do poeta em diálogo para com a tradição e a constituição de seu talento no corpo desta tradição, entendendo que o poeta não figura em momento algum como instância deslocada do meio e das outras voze