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Mostrando postagens de julho 22, 2021

Vivos na memória, de Leyla Perrone-Moisés

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Por Pedro Fernandes   Muito se escreveu sobre o assoreamento da nossa sociedade pelo feroz domínio das leis do consumo. Este é um dos debates intermináveis com poucos ou quase nenhuns resultados: apenas pressentimentos de variada forma, dos mais fatalistas aos mais positivistas, puxados por aqueles que facilmente se ajustam à correnteza das coisas, como se essas, também num movimento irrevogável, acontecessem independente de nossa intervenção. Entre um limite e outro, a saída parece se inscrever numa zona ainda neutra de nossa inteligência; talvez porque educados no interior de uma cultura da dicotomia, ou mesmo de uma certa leitura da dicotomia, pouco enxergamos a difusa área que nos permitiria acompanhar o curso dessas transformações mas sem nos deixar cegar pela sua ofuscante luminosidade.   Um dos problemas do nosso tempo — é um problema exatamente porque deixou de ser um sintoma da contemporaneidade — agravado pelos modelos sociais vigentes é uma dificuldade de construir segurame