Hamlet, de William Shakespeare

Por Denise Mota

Wagner Moura interpreta Hamlet


"Ser ou não ser, eis a questão". Com essa fala, parte do popular monólogo que conforma a primeira cena do terceiro ato de Hamlet, não só o angustiado príncipe dinamarquês como o maior escritor inglês de todos os tempos permaneceram gravados na memória de espectadores e leitores em todas as latitudes do planeta.

A tragédia sobre a dúvida, a vingança e o engano, considerada por muitos a obra-prima de William Shakespeare, foi escrita pelo dramaturgo entre 1600 e 1602. A trama tem início nas muralhas do castelo real de Elsinore, quando Hamlet, visitado pelo fantasma do pai, morto recentemente, é convocado a vingar o assassinato do progenitor. O autor do crime, revela a visão, é nada menos que Cláudio, tio do rapaz, que havia subido ao trono depois de derramar veneno no ouvido do próprio irmão e contrair núpcias com Gertrude, mãe de Hamlet.

Tomado pelo ódio, mas também consumido pela dúvida, o príncipe opta por fingir-se de louco para observar melhor o comportamento de todos e especialmente o de Cláudio. Ardilosamente, também decide averiguar a veracidade das afirmativas do fantasma por meio da encenação do que teriam sido acontecimentos descritos pelo espírito. Contrata uma equipe de atores e promove um espetáculo que reproduz o assassinato do pai. A apresentação é interrompida por Cláudio, que não suporta assistir a ela até o fim.

Convencido da culpa do tio, Hamlet dá início a uma vertiginosa sucessão de mortes, decorrentes da tentativa de eliminar o novo rei. A primeira vítima é Polônio - conselheiro de Cláudio e pai de Ofélia, a amada do príncipe -, morto por engano depois que Hamlet nota que alguém escuta furtivamente a discussão que tem com a mãe, quando a questiona sobre o apressado casamento com o cunhado.

Descontrolada por causa do rechaço de Hamlet, de sua pretensa insanidade e do assassinato do pai, Ofélia morre afogada. Em busca de vingança, Laertes, irmão da moça, volta da França para matar o príncipe dinamarquês em um duelo, plano que empreende junto com Cláudio. Durante a luta, e ao comemorar a aparente vitória do filho, Gertrudes falece depois de tomar uma bebida envenenada preparada por Cláudio e originalmente destinada a Hamlet.

Laertes consegue atingir o príncipe com um florete envenenado, mas Hamlet usa a mesma arma para assassinar o oponente. Por fim, em um cenário povoado por cadáveres e à beira da morte, o príncipe utiliza os últimos minutos de vida para concretizar sua vingança. Ainda com a espada envenenada, Hamlet mata o tio. "E o resto é silêncio".


* Texto publicado na revista Entrelivros (especial - Teatro)

Comentários

AS MAIS LIDAS DA SEMANA

Boletim Letras 360º #596

Bambino a Roma, de Chico Buarque

Boletim Letras 360º #603

Boletim Letras 360º #595

Rio sangue, de Ronaldo Correia de Brito

Boletim Letras 360º #604