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Verenilde Pereira. Foto: Gabriela Biló. |
LANÇAMENTOS
História do (mau) encontro entre a
Igreja Católica e populações indígenas amazônicas. Maria Assunção e Rosa Maria,
meninas indígenas educadas numa missão religiosa, são levadas por missionárias
para trabalhar na casa de famílias ricas de Manaus, e de lá precisam traçar
seus caminhos para a liberdade.
Como os povos indígenas poderiam
imaginar que aquele punhado de homens que aqui desembarcaram, em 1500, seria
capaz de acabar com o mundo que conheciam até entãoo Plantas, animais, rio,
terra, serras e gentes, tudo quanto havia neste lugar que viria a se chamar
Brasil ou cedeu ante o domínio colonial ou foi exterminado. Era o impensável.
Um
rio sem fim conta essa história precisamente sob a inédita perspectiva do
impensável. A prosa de Verenilde Pereira é robusta, circunspecta e sofisticada.
Repleta de dobras poéticas, expressa uma imaginação literária miraculosa. O
olhar indígena — projetado nas figuras de Maria Assunção e Maria Rita — que
anima o espírito do livro é movido por um profundo desejo de liberdade,
redenção e desagravo. Walter Benjamin tem uma passagem famosa na qual pressagia
que “nem os mortos estarão em segurança se o inimigo vencer. E esse
inimigo não tem cessado de vencer.” Verenilde Pereira escreve para pôr
termo a esse ciclo. O livro assinala um reconhecimento tardio: a chegada de uma das nossas melhores escritoras numa grande casa editorial. Publicação da Alfaguara Brasil.
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Um celista brilhante, um músico
nazista invejoso e uma cidade inteira começando a delinear um futuro de
atrocidades. Réquiem é um romance sóbrio e sofisticado sobre o início da
perseguição aos judeus na Alemanha nazista.
Karl Alfred Loeser veio para o
Brasil em 1934, fugindo do regime de Hitler. O manuscrito de
Réquiem foi
encontrado apenas após sua morte, em 1999. Publicado na Alemanha em 2023, o
livro se tornou um sucesso de público e crítica. O livro narra a vida de Erich
Krakau, renomado celista judeu e orgulho da orquestra da pequena cidade onde
vive. A despeito dos presságios sombrios, ele acredita estar seguro em seu
círculo artístico. Até que Fritz Eberle, filho do padeiro local, músico inábil
e membro da SA, decide tomar seu posto. A situação é tão absurda que, a
princípio, parece improvável que dê certo. Mas, no estilo de um thriller
político, a atmosfera fica mais e mais opressiva à medida que o antissemitismo
é mobilizado como catalisador de tensões sociais, dando vazão ao oportunismo, à
ganância e à inveja, e fazendo do povo judeu bode expiatório da nação. Escrito
em 1938 — antes da Segunda Guerra e da Shoah —,
Réquiem carrega a
singular marca de ter prenunciado o futuro que, a julgar pelos parâmetros
morais da Europa do entreguerras, deveria beirar o impensável. Tradução de Jess
Oliveira e Raquel Alves; publicação da Companhia das Letras.
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O novo romance de Carlos
Eduardo de Magalhães revisita, entre outros tópicos, o Brasil atravessado pela
pandemia devastadora de covid-19.
É com surpresa que Paulo, um
ex-delegado da Polícia Federal, recebe uma mensagem de Jorge, um homem que
havia se casado com seu grande amor não correspondido de juventude, pedindo
para encontrá-lo. Fazia três décadas que não pensava nela. Jorge, piloto de
aviões e helicópteros, que mantinha um blog de nome Comandante Jorge, diz que
vem se entregar pois era culpado de muitos crimes. No plano da conversa sincera
entre esses dois homens, amados de maneiras diferentes por uma mulher em duas
fases de sua vida, descobrimos quem se tornaram. Paulo fez carreira como
delegado na Polícia Federal, até ser afastado do cargo por atuar no combate ao
banditismo na Amazônia. Jorge descambou para a ilegalidade em sua atuação
indiferente e fria como piloto cooptado por criminosos, perdendo sua
humanidade. Nos monólogos de Paulo e Jorge, mediados pelas pujantes ausências
de
Zisa e Bela, revelam-se não apenas seus caminhos e descaminhos, mas o
Brasil contemporâneo atravessado pela devastadora covid-19. As vozes das
narrativas se desenvolvem em via de mão dupla, um vetor indo do presente em
diante, outro indo do presente para o passado na forma de um blog. Elas ocorrem
um registro amorosamente contido, mesmo para descrever uma realidade em estado
de delírio. Com uma trama sutil, inquietante e cheia de simbolismos, em que o
rinoceronte real e o de brinquedo são peças-chave, e o amor à bicicleta é um
elogio da liberdade do indivíduo, o autor constrói um romance sobre uma forma
de sobrevivência que cultiva o amor mesmo nos eventos mais extremos. Publicação
da editora Grua.
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O novo romance de Marilene
Felinto, autora que se destacou com As mulheres do Tijucopapo.
Qual o valor de um nome? E a real
importância de uma linhagem? Quanto custa a memória? Partindo dessas e de
outras questões, Marilene Felinto, conta em
Corsária, seu novo romance,
a história de uma mulher que abandona um amor e uma vida confortável em Houston
para retornar ao interior do Nordeste brasileiro a fim de encontrar a reparação
moral e financeira a que sua família tem direito. Convencida de que tanto sua
mãe quanto seu pai foram explorados durante a infância e a juventude, a
protagonista se lança em pesquisas de arquivos, testes de hereditariedade e
histórias familiares contadas pela metade para vingar a pobreza, o racismo e os
anos de trabalho mal remunerado e sem segurança. Para tanto, é obrigada a
enfrentar interesses escusos em uma região marcada por opressão contra os
trabalhadores e violência pela terra. Como afirma Luciana da Cruz Brito no
posfácio ao romance: “tudo que está na ordem do dia está aqui: a luta de
classes, a exploração do trabalho, a desigualdade, o racismo e as opressões que
ele causa, seus silenciamentos. Aqui está também o livre exercício do amor e do
desejo guiados unicamente pelas vontades, sem padrão ou rótulos, a agência das
mulheres, a imigração, tecnologias e seus usos no mundo contemporâneo, além de
ancestralidade e reparação”. Como uma baleia arpoada, repleta de dor e fúria, a
protagonista de
Corsária faz no romance aquilo que Marilene Felinto vem
fazendo há anos na literatura brasileira: toma de assalto todos ao redor com o
lirismo e o inconformismo de sua obra. Publicação da editora Ubu.
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A chegada aos leitores
brasileiros da obra de Flor Canosa.
“Greta tem um carinho especial
pelas coisas imutáveis de sua casa, o único lugar onde tudo ocorre sempre da
mesma forma.” É assim que se inicia
Os acidentes geográficos, um romance
fascinante sobre as variações nas quais os destinos de Greta e Henrik se
entrelaçam através de suas infindáveis crises. Ainda que cada dupla
Greta-Henrik esteja confinada na membrana de sua própria realidade, Flor Canosa
nos convida a contemplar o universo inteiro e múltiplo com um único olhar, como
se fôssemos um Deus. O efeito é semelhante ao de acompanhar simultaneamente
várias partidas de xadrez que, vistas à distância, parecem ser uma única
partida abrangente. Tudo o que pode acontecer, acontece sempre e ao mesmo
tempo. Tal como os
Cem milhões de poemas de Raymond Queneau,
A
biblioteca de Babel ou
O jardim de caminhos que se bifurcam de Jorge
Luis Borges (que precedem Queneau e são precedidos por Leibniz e Ramón Llull),
Os
acidentes geográficos é uma máquina de narrativa elegante, eficiente e
encantadora. Flor Canosa nos brinda com um romance preciso e valioso sobre a
condição humana - as relações, o drama, os erros que cometemos, as coisas que
não sabemos resolver a tempo, o que não podemos nos permitir perder — e uma
ampla reflexão sobre as infinitas possibilidades da literatura. Com tradução de
Mauricio Tamboni, o livro sai pela Pontoedita.
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Outra chegada: a de Dubravka
Ugrešić.
Até recentemente, toda vez que se
aproximava o anúncio de um prêmio Nobel de Literatura, o nome de Dubravka
Ugrešić (pronuncia-se “Úgrechitch”) era citado. A escritora, nascida em Kutina,
atual Croácia, chegou ao topo da lista dos prováveis ganhadores nas casas de
apostas às vésperas de sua morte repentina, em Amsterdã, em março de 2023.
O
museu da rendição incondicional é o principal livro de Ugrešić, que, apesar
de ter conquistado alguns dos principais prêmios literários mundiais, ainda
permanecia inédito no Brasil. O romance se inicia com a descrição de uma série
de objetos insólitos encontrada no estômago de Roland, uma morsa que faleceu em
1961 no Zoológico de Berlim: um isqueiro cor-de-rosa, quatro palitos de
sorvete, um broche em formato de poodle... A exposição desse curioso inventário é
uma forma de apresentar o próprio livro — uma coleção de fragmentos,
lembranças, anedotas e episódios dispersos, que aos poucos estabelecem relações
entre si. Um romance extremamente original, que aborda temas como arte, história,
envelhecimento, relações amorosas e familiares e perdas. Alternando entre o
cômico, o melancólico e o mordaz, a narrativa se organiza como um mosaico de
histórias habilmente costuradas em diferentes formas e registros literários.
Uma mãe que vive em Zagreb durante a guerra mantém um diário e pensa na filha,
que se mudou para Berlim. Esta, por sua vez, revê álbuns de fotografia antigos
e imagina a fuga da mãe da Bulgária para a Iugoslávia meio século antes. Um
grupo de amigas vive, cada uma à sua maneira, uma visita inusitada. Um encontro
amoroso em Lisboa. Tudo isso entremeado a ensaios sobre arte e literatura,
conversas com intelectuais, amizades distanciadas por razões políticas, cartas
e relatos da guerra da Iugoslávia. Assim como a narradora, Dubravka Ugrešić
nasceu na ex-Iugoslávia, de mãe búlgara e pai croata. No início da década de
1990, com a deflagração da guerra nos Bálcãs, suas declarações públicas contra
o conflito, criticando firmemente o nacionalismo croata e sérvio, tornaram-na
alvo de ataques difamatórios por parte de jornalistas, políticos e até outros
escritores. A ponto de ela ter de deixar o país. Recusando sempre a
identificação como croata, e se dizendo uma escritora “transnacional” ou “pós-nacional”,
viveu em vários países da Europa e nos Estados Unidos. Lecionou em
universidades como Harvard, UCLA, Columbia e Universidade Livre de Berlim e
fixou residência em Amsterdã, na Holanda, onde faleceu, em 2023. Escrito em
1996 numa língua que ainda se denominava servo-croata e era o idioma mais
falado na ex-Iugoslávia,
O museu da rendição incondicional foi traduzido
diretamente do original por Aleksandar Jovanović, professor da Universidade de
São Paulo. Esta edição conta ainda com um ensaio de Mercedes Monmany, crítica
literária, escritora, tradutora e ensaísta de Barcelona, premiada e reconhecida
por sua pesquisa ligada à literatura do exílio. Publicação da editora
Carambaia.
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Panayotis Pascot examina em romance que se tornou sucesso de público na França os múltiplos
caminhos de sua vida com a complexa relação paterna.
Da próxima vez que você cair do
cavalo é o romance de estreia de Panayotis Pascot, best-seller na França,
com mais de 350 mil cópias vendidas. O ator e humorista francês já havia
conquistado seu país natal com apresentações de
stand-up comedy, entre
elas
Quase, disponível na Netflix do Brasil, mas foi com sua escrita,
brutalmente honesta e comovente, que alcançou um novo patamar. Aclamado pela
crítica francesa, Pascot foi comparado a autores como Emmanuel Carrère e Hervé
Guibert, e descrito como “o fenômeno da temporada” (
Le Parisien), com uma prosa
“sincera a ponto de tirar o fôlego” (
Le Point). A narrativa, traduzida
por Francesca Angiolillo, tem como ponto de partida a notícia de que o pai do
autor está gravemente doente. A partir disso, Pascot se vê diante de uma
urgência impossível de ignorar. No entanto, não é com o pai que ele tenta se
acertar — é consigo mesmo. E é pela escrita que essa reconciliação, dolorosa e
libertadora, se constrói. Na busca desesperada por significado e por alívio,
narrada com coragem, humor e franqueza que desarmam o leitor, o livro perpassa
três feridas fundadoras na vida do jovem escritor: a relação truncada com o
pai, a aceitação da homossexualidade e a convivência com a depressão. É um
relato que disseca com precisão as dores da perda, da identidade e do
amadurecimento. Publicação da editora Ercolano.
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Vida em Marte
, da poeta
estadunidense Tracy K. Smith, é o livro de estreia da autora no Brasil e com o
qual recebeu o Prêmio Pulitzer de Poesia de 2012.
Com alusões a David Bowie e
viagens interplanetárias, seus versos imaginam uma trilha sonora para o
universo ao mesmo tempo que acompanham as descobertas, fracassos e estranhezas
da existência humana aqui na Terra. Nestes brilhantes poemas, Tracy K. Smith
visualiza um futuro de ficção científica esvaziado de perigos reais, contempla
a matéria escura que mantém as pessoas tanto próximas quanto distantes e
revisita conceitos
kitsch como “amor” e “doença”, agora relegados ao Museu da
Obsolescência. Esses poemas revelam as realidades da vida vivida aqui, no chão,
onde uma filha é aprisionada no porão, onde celebridades e estrelas do pop
caminham entre nós e onde a própria poeta perde o pai, um dos engenheiros que
trabalhou no Telescópio Espacial Hubble, a quem o livro é dedicado. Com
tradução de Stephanie Borges e publicação da Relicário Edições.
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O novo livro do poeta Rafael
Iotti.
“Quase tudo é previsível,/ minha
avó dizia, enquanto varria/ a calçada, menos a bondade/ e a justiça.” Eu
acrescentaria que também são imprevisíveis os dias que estendemos o luto, as
surpresas nas esquinas e os livros de poesia. Entre a melancolia e o espanto
que é alguém que percebe que cresceu, os poemas do Rafael Iotti passeiam por
espécies de abandono: a cidade vazia, a avó que morreu — “há sempre um parente
que ficou para trás”, um tempo de idílio de memórias ternas — “e essa infância
que sempre volta no momento menos oportuno”. Mas se nos poemas há um
reconhecimento constante de que não há nada além — “a vida é assim mesmo”, e
ele transforma com beleza e assombro um chavão numa chave de poema — não deixa
de notar as pequenas delicadezas, que, entre tantas coisas miúdas, vão criando
os poemas. E, quando há essa espécie de explosão de ternura, qualquer descuido
do leitor encontra a aflição das pequenas verdades incontestáveis: o silêncio
confortável da casa, uma avó que fecha delicadamente pasteizinhos: “ritos de
amor, ritos de combate”. Curiosamente, esses poemas de uma tristeza calma não
apontam para uma catástrofe: a melancolia de Rafael é sem taquicardia. E uma
ponta de esperança está sempre ali, um pouco pela criança que se recusa a sair
de cena, um pouco por uma ironia mal disfarçada que quer, sempre, insistir
ainda um pouco na beleza: “quando as coisas me parecem muito erradas e sinto
que elas podem melhorar a qualquer momento”. Nem a vida nem o que nos resta
dela nos consola, nem um bom poema, nem um livro lindo de poemas como este — já
passou, e há muito, nosso tempo de ingenuidade. Mas sempre é possível se
distrair um pouco com a beleza do caminho. (Ana Lima Cecilio)
Nem a vida nem
o que nos resta dela nos consola sai pela 7Letras.
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A biografia emocionante de um
dos grandes nomes da poesia e do ativismo negro, lésbico e feminista.
Audre Lorde: sobreviver é uma
promessa é uma exploração profunda e poética da vida e do legado da
lendária poeta e ativista que marcou os movimentos pelos direito de pessoas
negras, lésbicas e mulheres. Em uma biografia que foge de lugares comuns,
Alexis Pauline Gumbs propõe uma conversa íntima, mergulhando nos escritos, nas
crenças e na influência duradoura de Lorde ― que persiste ainda hoje ― para
oferecer possibilidades de resistência, resiliência e amor frente às opressões.
Publicação da Todavia; tradução de Erika Nogueira.
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REEDIÇÕES
Nélida Piñon revisita os
labirintos da memória e da identidade nos dezesseis contos marcantes de uma
obra essencial da literatura brasileira, agora em nova edição.
Sala de armas, de Nélida Piñon, não é um paiol ou depósito que abriga
baionetas, fuzis, metralhadoras, granadas ou qualquer outro armamento de
guerra. O poder bélico de Nélida é a palavra, e nesta Sala está sua artilharia
pesada, que envolve o amor, o poder, a crueldade, a violência, a tristeza, a
poesia, o grotesco, o triunfo da mulher, a ternura, a alegria, o erótico, os
conflitos humanos. É nesse ambiente de força centrípeta que a escritora convoca
o leitor a dialogar e duelar consigo. Nas dezesseis histórias aqui reunidas,
Nélida utiliza com maestria sua linguagem perturbadora de condensada beleza que
atinge com rara precisão o coração de quem enfrenta suas linhas. Nesses contos
que fascinam, temos a promiscuidade e a redenção reunidas; o sultão que, diante
da escravidão do poder, se debate com a insuportável liberdade do pássaro; as
metamorfoses de Eleusis, que “tinha o hábito de morrer”; a filha única que
rasteja como cobra. E Nélida impacta o leitor quando o texto busca subverter
valores, tradições, convenções, e não obedece às pautas sociais, como no conto
“Cortejo do Divino”, em que a exaltação do amor desafia a ira de toda a cidade
e o homem termina por arrancar os próprios olhos com um garfo. O conto “A
colheita”, por sua vez, é considerado por Miguel Sanches Neto “uma das
obras-primas da literatura de língua portuguesa”. E temos ainda a poética de
“Luz”: “Luz era de bronze. Derretia quando eu lhe dizia minha Luz. Minhas
palavras eram seu encanto, ela sempre confirmava. E eu lhe disse, amo-te, estou
perdido em tuas cavernas.” Nélida Piñon é a encarnação do verbo com inesgotável
poder de criação. A nova edição sai pela editora Record.
Você pode comprar o livro aqui.
Simone de Beauvoir e uma peça a
mais nas reflexões sobre escolhas morais, engajamento político e o papel das
mulheres na construção de um futuro mais justo.
A liberdade é uma conquista que
exige ação, coragem e consciência. Em um mundo onde mulheres ainda lutam
diariamente por autonomia, justiça e igualdade, os textos reunidos nesta edição
— “Por uma moral da ambiguidade” e “Pirro e Cineias” — oferecem uma leitura
poderosa e transformadora. Aqui, Simone de Beauvoir traça os fundamentos éticos
que sustentam sua futura teoria feminista, defendendo uma liberdade
comprometida com a responsabilidade e com a transformação do mundo ao nosso
redor. Ao questionar como devemos agir diante das opressões e ambivalências da
existência, Beauvoir entrega reflexões profundamente atuais sobre escolhas
morais, engajamento político e o papel das mulheres na construção de um futuro
mais justo — temas tão urgentes hoje quanto no século XX. Com tradução de
Marcelo Jacques de Moraes,
Por uma moral da ambiguidade: ensaios é publicado pela Nova Fronteira.
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RAPIDINHAS
Thomas Mann por vir. A
Companhia das Letras sinalizou nas suas redes sociais que disponibilizará nova
edição e tradução de
José e seus irmãos, prometido desde 2018, para este
semestre.
Coleção Clássicos Ateliê. A
casa tem reeditado vários títulos da coleção dedicada a publicar, em edições anotadas,
ilustradas e com material crítico e prepara a chegada de novos livros. Entre as
novidades, estão previstos
Tarde, de Olavo Bilac e
Memórias de Marta,
de Júlia Lopes de Almeida.
Catulo & Horácio. A
mesma casa editorial prepara a publicação de uma coletânea organizada e
traduzida por Trajano Vieira reunindo poemas de dois dos mais influentes poetas
romanos.
OBITUÁRIO
Morreu Edmund White.
Edmund White nasceu em 13 de
janeiro 1940, em Ohio. Deixou Harvard para permanecer no tratamento de reversão
sexual. Fracassado o intento muda-se para Nova York e depois para São
Francisco, onde inicia sua trajetória como escritor. Seu romance de estreia,
publicado em 1973, mereceu o reconhecimento de Vladimir Nabokov. A partir dos
livros seguintes, decidiu explorar ficcionalmente sua própria experiência de
vida em romances que lidam com vários temas ligados ao universo homossexual.
Por estes e outros trabalhos, White ficou reconhecido pela crítica como o
grande cronista da vida gay, herdeiro de uma linhagem que nos Estados Unidos
incluiu autores como Gore Vidal e Truman Capote, para citar dois dos mais
próximos à sua obra. Seu trabalho como escritor transita ainda pelas memórias,
pela biografia e pelo ensaio. Dentre os mais de trinta livros que publicou, no
Brasil saíram as biografias de Arthur Rimbaud, Jean Genet e Marcel Proust; dos
romances,
O homem casado,
O lindo quarto está vazio e
Um jovem
americano; e os ensaios de
O flâneur: um passeio pelos paradoxos de
Paris. Entre os prêmios conquistados pela obra, o escritor recebeu o
National Book Critics Circle para biografia, o Saul Bellow e o National Book
Foundation. Edmund White morreu no dia 4 de junho de 2025.
DICAS DE LEITURA
1.
KA, de Velimir Khlébnikov
(Trad. Aurora Fornoni Bernardini, Perspectiva, 112p.) A figuração do duplo
na literatura é apenas um dos aspectos retomados nessa narrativa em que a jornada
do protagonista em dupla via se apresenta como uma da própria jornada do homem
em diferentes épocas.
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2.
Não acredito no eco dos
trovões, de Bei Dao (Trad. Yao Feng, Huang Lin, Manuela Carvalho e José
Luis Peixoto, Editora Moinhos, 96p.) A primeira amostra brasileira da poesia de
um dos nomes mais representativos da literatura contemporânea na China.
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3.
Correspondência inédita e
anotada: Alberto de Serpa e João Cabral de Melo Neto, organizada por
Arnaldo Saraiva e Solange Fiuza (Ateliê Editorial, 292p.) Os dois autores se
corresponderam entre os 1949 e 1950 quando se dispuseram a organizar uma
revista que só alcançou um número,
O cavalo de todas as cores. Os
bastidores disso e de outros assuntos em comum aos correspondentes
mais uma edição fac-similar da única edição da revista estão neste livro primoroso.
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VÍDEOS, VERSOS E OUTRAS PROSAS
BAÚ DE LETRAS
No passado 4 de junho Paulina
Chiziane celebrou
o aniversário de 70 anos. Sublinhamos a bonita data
recordando duas publicações do nosso arquivo:
este texto de Renildo Rene
dedicado ao romance
Ventos do Apocalipse; e
este breve perfil da
escritora moçambicana.
DUAS PALAVRINHAS
A poesia está em tudo — tanto nos
amores quanto nos chinelos, tanto nas coisas lógicas como nas disparatadas.
— Manuel Bandeira, em
Itinerário
de Pasárgada
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