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Mostrando postagens de agosto 3, 2016

A Literatura e os Jogos Olímpicos

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No mundo antigo, os poetas e os escultores modulam a presença social do divino. Por isso, estão no coração do certame olímpico. Os atletas vitoriosos eram cingidos com uma coroa de oliveira; o ramo era cortado com uma foice de ouro por um jovem eleito. Depois vinham as honras ao longo da vida: uma estátua ou um poema.  Embora já não estejamos numa época literária, nossa percepção do olímpico continua sendo estatuária e poética. Queremos continuar tendo os corpos proporcionados pelos mármores helênicos. E, sem haver lido Píndaro, ansiamos que se cumpra a promessa de suas odes triunfais. Foi ele quem disse (como os matemáticos dizem um axioma) que a glória olímpica perdura além da morte. No século VI a. C. este poeta de Tebas representa ideais uma só vez arcaicos e aristocráticos, duas linhas fortes que permanecem juntas no mistério do esporte olímpico, porque as inovações sociais e tecnológicas se desvanecem quando chega o momento da verdade. Embora aconteça em público, a gl