Boletim Letras 360º #218

Nesta semana foi que iniciamos a promoção que sorteia um exemplar do livro que reúne todos os contos do escritor russo Fiódor Dostoiévski. Para saber como concorrer e se inscrever, basta pedir entrada no Grupo da Página do Letras in.verso e re.verso no Facebook. Enquanto isso, vamos fazer o que objetiva este boletim: ver as notícias que foram publicadas em nossa página na rede que agora reúne mais de 64 mil amigos. 

Adeus ao mestre Antonio Candido! Foto: Renato Parada


Segunda-feira, 08/05

>>> Brasil: Textos inéditos de José Alencar ganham edição

A obra será publicada pela EDUFSCar, em julho. Ao correr da pena (folhetins inéditos) é produto de pesquisa do professor Wilton José Marques, que encontrou os oito folhetins em edições de 1854 e 1855 do jornal Correio Mercantil. A obra é composta por um ensaio sobre o porquê da ausência desses textos na obra do autor.

>>> Brasil: Mais Thomas Pynchon nas nossas livrarias, anuncia a Companhia das Letras

No dia 8 de maio celebramos o aniversário do escritor estadunidense e foi nesta data que a editora responsável pela publicação da sua obra no Brasil confirmou duas novidades: do autor de obras como Mason & Dixon, Contra o dia, O leilão do lote 49 e Vício inerente, sairá, ainda 2017, seu romance mais recente, O último grito, e também a aguardada reimpressão de O arco-íris da gravidade. Pynchon vive longe dos holofotes: dá raras entrevistas e nunca aparece em público.

Terça-feira, 09/05

>>> Brasil: Há muito fora de catálogo, volta às livrarias O leopardo, de Giuseppe Tomasi di Lampedusa

A tradução de Mauricio Santana Dias sai pela Companhia das Letras. Passado na Itália, anos 1860, durante o Risorgimento, quando os fragmentados estados italianos estavam em um tormentoso processo de unificação, e o estabelecimento de uma nova ordem se mostrava cada vez mais pungente. Ambientado num universo intensamente melancólico e sensual e repleto de elementos de ironia e humor, O leopardo acompanha a história de D. Fabrizio Salina e de sua decadente família aristocrática siciliana, cujo brasão carrega inscrito o Leopardo que dá nome ao livro, ameaçados pelas forças revolucionárias e democráticas durante os embates dessa transição. Nesse intrincado contexto, Salina precisa decidir como encarar as novas mudanças que se impõem tanto em sua vida pública como privada. Este é o único romance do escritor italiano. Recusado várias vezes, o livro só veio a ser publicado um ano depois da morte de Lampedusa, em 1958, quando ganhou atenção da crítica e transformou-se num cultuado Best-Seller na Itália. A nova edição tem ainda posfácio de Maurício Santana Dias e inclui textos do apêndice de Gioacchino Lanza Tomasi.

>>> Brasil: Antologia reúne contos consagrados e algumas narrativas menos conhecidas de Eça de Queirós

A seleção Dez contos escolhidos compõe um panorama dos temas característicos da obra escritor português. Seja pela crítica direta aos costumes de sua época ou pela alegoria de situações que mudam com a sociedade, Eça escreveu sobre o comportamento humano, do qual era arguto observador. Sempre em linguagem leve e direta, usando das sutilezas como tempero; o principal eram os personagens e suas histórias. Um talento que o projetou como o mestre do romance português moderno e que também pode ser conferido por meio dos seus contos.

Quarta-feira, 10/05

>>> Encontrada uma possível resposta para um dos episódios mais enigmáticos da vida de Agatha Christie

Quase cem anos. É o tempo que se passou desde quando a escritora saiu de casa e ficou desaparecida durante 11 dias – um segredo que apostam uns foi levado com ela junto para o túmulo (leia mais aqui). Andrew Wilson reconstruiu a história passo a passo, analisando todos acontecimentos ligados ao acontecimento de dezembro de 1926 e alcançou uma conclusão. Depois de descobrir que estava sendo traída por seu companheiro e deste pedir-lhe o divórcio, Agatha teria mergulhado numa maré penosa que a deixou deprimida e desesperadamente infeliz. Na ocasião, ela deve pensado no suicídio ao bater com seu carro, mas, não conseguindo, decidiu refugiar-se para pensar melhor entre as consequências favoráveis e não-favoráveis que o ato representaria. Muito católica, a escritora desapareceu porque meteu-se noutro sentimento: o da culpa por levar adiante um plano que se distanciava do dogma da sua fé religiosa. Os 11 dias, lembra Wilson, gastou pensando friamente sobre o que tentou fazer e como deveria agir para redimir-se da culpa. Isso justifica a invenção de um episódio de amnésia que, na opinião do biógrafo, nunca existiu. O que estava em questão era eliminar de vez da memória o nome da amante e das situações que descobriu sobre Archibald. Sim, o que fez durante esses dias ainda é parte (nunca revelada, apenas suposta) do segredo que forjou e levou consigo.

>>> Brasil: Um livro trará mais crônicas inéditas de Rubem Braga

Nas redações dos jornais em que trabalhou, na Editora do Autor e na Sabiá ou na lendária cobertura da Barão da Torre, Rubem Braga sempre esteve rodeado de amigos. E muitos deles foram tema de suas crônicas. Gustavo Henrique Tuna, doutor em História Social pela USP, mergulhou no acervo do escritor na Fundação Casa de Rui Barbosa e selecionou 25 textos sobre encontros com escritores como Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Monteiro Lobato, Manuel Bandeira e Graciliano Ramos. As crônicas, publicadas em jornais e revistas, são reunidas agora, pela primeira vez, em livro. O Poeta e Outras Crônicas de Literatura e Vida será lançado pela Global ainda este mês e contará com um caderno de imagens. A edição é da Global Editora.

>>> Brasil: Chega às livrarias até o final de maio um grande projeto literário, Borges babilônico. Uma enciclopédia

Organizado por Jorge Schwartz e Maria Carolina de Araújo, Borges babilônico é um projeto colossal; demorou quase duas décadas para ser realizado. Dezenas de especialistas brasileiros e estrangeiros produziram mais de mil verbetes, compondo uma espécie de enciclopédia que ajuda a decifrar nomes, referências, temas e citações que aparecem nos textos de Jorge Luis Borges. Com textos de Ricardo Piglia, Beatriz Sarlo, Davi Arrigucci Jr. e muitos outros, o livro leva o leitor a inventar novos caminhos e sentidos para a obra de um dos escritores-chave do século XX. A edição é da Companhia das Letras.

Quinta-feira, 11/05

>>> Inglaterra: O escritor britânico John Le Carré vai aparecer em público em setembro, no Royal Festival Hall, em Londres, para discutir o novo romance que marca o regresso da sua personagem mais famosa, George Smiley

A personagem volta a aparecer, agora pela última vez, no livro A Legacy of Spies, que será publicado no segundo semestre. A notícia é do jornal The Guardian e de acordo com a página oficial de Le Carré, Uma noite com George Smiley, cujos lucros com as vendas serão revertidos para a organização Médicos Sem Fronteiras, terá lugar no Royal Festival Hall de Londres no dia 7 de setembro e será transmitida ao vivo em alguns cinemas europeus. Ao todo, George Smiley apareceu em oito romances de John le Carré. O escritor afirmou que ele e Smiley "cresceram juntos, apesar da diferença de idades". "Ele apareceu na primeira página do meu primeiro romance, e tem sido o meu confidente secreto desde então. Quando ele se tornou muito celebrado, para o seu próprio bem, eu saí e escrevi outros livros, mas ele estava lá, à minha espera quando eu voltei", disse ao The Guardian.

>>> Brasil: Marina Valente, neta de Clarice Lispector, é quem assina o projeto de reedição de A mulher que matou os peixes

Dizem que a escritora não achava que as histórias que escrevia a pedido do filho pequeno eram literatura, mas quando perguntaram se ela tinha algo para criança decidiu publicá-las mesmo assim. Ao longo dos últimos anos, a Rocco repaginou esses livros, lançando as edições em capa dura com novas ilustrações. O último deles, neste trabalho, é o livro editado em 1968, A mulher que matou os peixes. As ilustrações desta edição são de Marina Valente, que ainda não tinha nascido quando a avó publicou o livro pela Sabiá. Ela escolheu a colagem e uma tipologia que remete à máquina de escrever de Clarice para ilustrar a história, de morte, vida e separação, sobre uma mãe que precisa contar aos filhos que deixou os peixinhos morrerem de fome.

Sexta-feira, 12/05

>>> Brasil: Morreu Antonio Candido

Multipremiado e um dos maiores estudiosos da literatura brasileira, Antonio Candido nasceu no Rio de Janeiro, em 24 de julho de 1918. Sociólogo, crítico literário e professor universitário, deixou-nos uma extensa obra que deu novo fôlego aos estudos literários no país. Iniciou seus estudos em Direito e Filosofia, mas acabou abandonando o curso e graduou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), em 1942. No doutorado em Ciências Sociais, Candido defendeu a tese Parceiros do Rio Bonito – um completo estudo sobre sociedades tradicionais – que até hoje é respeitada no meio acadêmico e nas universidades brasileiras. Como crítico fez-se na extinta revista Clima e, em 1934, passou a escrever para o jornal Folha da Manhã, resenhando sobre importantes nomes da literatura brasileira, como João Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector. Entrou na USP como professor auxiliar em 1942. Entre 1958 e 1960, o crítico atuou como professor de literatura na Faculdade de Filosofia de Assis, hoje pertencente à Universidade Estadual Paulista. Mais tarde, regressou à USP e tornou-se professor titular de 1974 a 1978, quando se aposentou. Mas nunca deixou de manter contato direto com o meio acadêmico, atuando como professor pós-graduação até o ano de 1992. Dentre os prêmios obtidos encontram-se o Prêmio Jabuti (conquistado quatro vezes), o Prêmio Juca Pato, o Prêmio Camões e o Prêmio Machado de Assis. Dentre suas principais obras destacam-se Formação da Literatura Brasileira, Textos de intervenção e Vários escritos. Tinha 98 anos.


>>> Brasil: No final de junho chega às livrarias a monumental biografia de Lima Barreto preparada por Lilia Moritz Schwarcz, trabalho que investiga as origens, a trajetória e o destino do escritor carioca sob a ótica racial no Rio de Janeiro da Primeira República

Durante mais de dez anos, Lilia Moritz mergulhou na obra de Lima Barreto, com seu afiado olhar de antropóloga e historiadora, para realizar um perfil biográfico que abrangesse o corpo, a alma e os livros do escritor. Esta, que é a mais completa biografia de Lima Barreto desde o trabalho pioneiro de Francisco de Assis Barbosa, lançado em 1952, resulta da apaixonada intimidade da biógrafa com o criador de Policarpo Quaresma — e de um olhar aguçado que busca compreender a trajetória do biografado a partir da questão racial, ainda pouco discutida nos trabalhos sobre sua vida. Abarcando a íntegra dos livros e publicações na imprensa, além dos diários e de outros papéis pessoais de Lima Barreto, muitos deles inéditos, a autora equilibra o rigor interpretativo com uma rara sensibilidade para as sutilezas que temperam as relações entre contexto biográfico e criação literária.

>>> Brasil: A nova edição de um clássico: Ana Kariênina, de Liev Tolstói

"Toda a diversidade, todo o encanto, toda a beleza da vida é feita de sombra e de luz", escreve Tolstói no romance que Dostoiévski definiu como "impecável". Publicado originalmente em forma de fascículos entre 1875 e 1877, antes de finalmente ganhar corpo de livro em 1877, Anna Kariênina continua a causar espanto. Como pode uma obra de arte se parecer tanto com a vida? Com absoluta maestria, Tolstói conduz o leitor por um salão repleto de música, perfumes, vestidos de renda, num ambiente de imagens vívidas e quase palpáveis que têm como pano de fundo a Rússia czarista. A tradução de Rubens Figueiredo, então publicada pela extinta Cosac Naify ganha edição em capa dura pela Companhia das Letras.

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