H G Wells
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H G Wells nos estúdios da BBC. Foto: BBC |
Hoje, 21/09, é aniversário de H G Wells, um dos escritores
ainda não incluídos na lista “Os escritores”, aqui no blog, mas que, pela ocasião
merecida, passa a ocupar. Seus dois livros mais conhecidos do público brasileiro,
evidente que os aficionados por ficção científica deve ter outros na lista, é A máquina do tempo e A guerra dos mundos, ambos adaptados
para o cinema em 1960 e 2005, respectivamente.
Basta somente esses dois livros para enquadrá-lo no topo de
tudo aquilo que conhecemos sobre ficção científica até hoje; são, por assim,
dizer, clássicos do gênero. Mas, acrescento por conta própria outro texto do
escritor britânico: Em terra de cego,
único, aliás, que já tive a oportunidade de ler, quando redigia ainda minha dissertação
de mestrado. Considero um texto singular pela sua capacidade alegórica de falar
do caráter totalitarista sustentado pelos aparelhos ideológicos do Estado.
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Orson Welles em estúdios da CBS. |
Não apenas pelo caráter futurista de suas narrativas, H G
Wells, o homem, foi um à frente de seu tempo, uma vez que já no final do século
XIX para início do século XX, já o autor escrevia sobre guerra nuclear e televisão,
duas invenções ainda por vir. Em parceria com Orson Welles, levou uma versão dramatizada
de seu A Guerra dos mundos em 1938,
para o rádio, o que casou um verdadeiro ataque de histeria entre os estadunidenses,
que sem entender do caso, achavam que estavam diante do anúncio de uma
catástrofe. Aliás, o escritor, utilizou muitas das transmissões de rádio da BBC,
entre os anos 1930 e 1940, para falar de alguns temas caros à política mundial,
a história da imprensa, as possibilidades da tecnologia e as tais invenções ainda
por vir.
H G Wells nasceu em setembro de 1866 e ocupou-se na
juventude como vendedor de tecidos; data dessa época a primeira compilação de
ideias para a concepção de um romance, Kipps,
que só foi publicado, já depois dos sucessos A máquina do tempo, A ilha do
Dr. Moreau, O homem invisível e A guerra dos mundos, para citarmos
quatro deles.
O seu interesse pelo estágio em que a humanidade de seu tempo
se encontrava e pelo futuro dela terá feito o escritor ser conhecido como um
autor engajado, como é lugar comum entre os críticos. E a base de vários de
seus trabalhos não fará desmentir esse lugar, como é o caso dos livros O esboço de história e Trabalho, riqueza e felicidade humana
que lidam com a função da ciência na sociedade e necessidade de uma união entre
os países pela paz mundial, já que o território europeu já esgotado pelo fim da
Primeira Guerra apresentava ainda ‘focos de incêndio’ para mais uma investida
do tipo, como o próprio Wells antecipou ao publicar antes dos dois confrontos,
em 1904, Guerra aérea.
Pelos gêneros que praticou como escritor e talvez por esse
certo engajamento sua obra sempre esteve no hall
dos Best-sellers, o que no seu caso particular, não terá desmerecido seu trabalho,
já que mesmo não inovando esteticamente, terá introduzido novos itinerários temáticos
na produção literária como viemos a conhecer depois dele.
H G Welles morreu em 1946, em Londres.
Ligações a este post:
A BBC criou, desde novembro de 2010, um espaço para divulgação das gravações dos programas veiculados por H G Wells na emissora e que você ouvir indo aqui ou ainda ler algumas das correspondências pessoais de Wells arquivadas na BBC.
Também on-line (aqui) é possível ouvir a versão dramatizada por Orson Welles para A guerra dos mundos, de 1938, na CBS
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