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Mostrando postagens de agosto 25, 2014

Cortázar forasteiro

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Por Andrés Neuman Desconhecido íntimo Por seu impacto iniciático, normalmente se repete que Cortázar é uma descoberta de adolescência. Esta afirmação, que contém suas doses de injustiça, omite ao menos outra realidade: há sobretudo uma maneira adolescente de ler e recordar Cortázar. E essa, definitivamente, não é culpa sua. Sua aproximação ao vínculo entre escritura e vida, herdada do romantismo mas também das vanguardas, o converte no grupo de autores que gera uma imaginária relação pessoal com seus leitores. Para bem e para o mal, Cortázar é contagioso. Por isso mesmo quem finge desdenhá-lo na realidade estão se defendendo dele. Duas forcas complementares o mantém num raro equilíbrio emocional. Uma força centrífuga, o humor, que permite distanciar-se de si mesmo; e outra centrípeta, a ternura, que provoca adesão íntima. Seria esnobe subestimá-las. Outras mecânicas Os contos fantásticos de Cortázar têm sido isolados num cânone restrito que tende a trair